Como desenvolver a inteligência emocional no trabalho?

Criado em: 23 de outubro de 2019Atualizado em: 31 de maio de 2022Categorias: Desenvolvimento pessoal7 min de leitura

O ambiente corporativo é dotado de múltiplas personalidades. Pessoas com as mais diferentes características comportamentais e experiências de vida interagem diariamente — em certos casos, passando muito mais tempo reunidas na empresa que com suas próprias famílias.

Por esse motivo, o espaço organizacional é potencialmente propício a conflitos. Nesse sentido, desenvolver a inteligência emocional no trabalho pode ajudar tanto líderes quanto colaboradores na gestão de suas emoções — o que reflete no clima organizacional e, principalmente, no bem-estar, no equilíbrio e na produtividade de cada indivíduo.

Para que você compreenda o que significa ter inteligência emocional no trabalho, preparamos este artigo que explica os pilares do conceito e seus impactos para o profissional e a organização e ainda traz dicas de como desenvolvê-la em si próprio.

Acompanhe as próximas linhas e saiba mais!

O que é inteligência emocional?

Antes de mais nada, é preciso compreender que inteligência emocional não significa ter controle das emoções. Afinal de contas, as emoções constituem respostas cerebrais imediatas aos eventos que acontecem com cada ser humano, as quais desencadeiam reações químicas e físicas em nosso corpo. Essas respostas são tão rápidas que é impossível controlá-las.

Contudo, é possível perceber quais são essas emoções e como elas influenciam nosso cotidiano, tanto nas relações pessoais quanto profissionais ou, até mesmo, quando estamos sozinhos depois de um dia intenso. A essa habilidade, que é construída por meio de diversos mecanismos de autoconhecimento, damos o nome de inteligência emocional. Além disso, seu desenvolvimento estende essa percepção sobre as emoções também para as reações das pessoas ao nosso redor.

A primeira definição de inteligência emocional surgiu no início dos anos 1990, por intermédio dos pesquisadores norte-americanos John D. Mayer e Peter Salovey, enquanto buscavam maneiras de medir cientificamente a diferença entre as habilidades das pessoas e suas emoções.

Uma das primeiras descobertas foi que algumas pessoas pareciam ser mais aptas que outras quando o assunto era distinguir sentimentos e resolver problemas que envolviam questões emocionais. Elas também pareciam ser melhores em identificar os próprios sentimentos. Um desses trabalhos de pesquisa foi intitulado Inteligência Emocional.

De acordo com eles, o termo pode ser definido como:

“Forma de inteligência social que envolve a capacidade de monitorar os sentimentos e emoções de alguém e de outros, discriminar entre eles e usar essas informações para guiar o pensamento e a ação de alguém.”

Mas como as pesquisas de Mayer e Salovey permaneceram mais restritas ao meio acadêmico, o termo inteligência emocional acabou sendo amplamente difundido no mundo pelo escritor e consultor nova-iorquino Daniel Goleman, que escrevia artigos sobre psicologia popular. Ele recebeu permissão para utilizar o termo e lançou um livro de mesmo nome sobre o tema, fazendo inúmeras pontes com a fisiologia do cérebro, embora tenha mudado um pouco o foco do pensamento dos precursores.

O mais importante a saber é que a inteligência emocional explora como os processos cognitivos e as emoções interagem e influenciam a maneira de as pessoas pensarem. Assim sendo, considera de que forma emoções e humores — tais como felicidade, raiva, medo e tristeza — influenciam o modo como as pessoas se comportam e tomam decisões.

Cinco habilidades são envolvidas na inteligência emocional:

  • autoconsciência;
  • autorregulação;
  • motivação;
  • empatia;
  • habilidades sociais.

De que maneira a inteligência emocional no trabalho impacta no cotidiano?

As dificuldades de gestão das emoções têm sido tamanhas que departamentos de recursos humanos do mundo todo passaram a levar a inteligência emocional a sério. Especialistas da área perceberam que adotar as nuances da emoção humana no local de trabalho pode trazer inúmeros benefícios reais, como uma melhor colaboração entre os funcionários e um local de trabalho mais feliz.

Todos os dias, tomamos decisões emocionalmente carregadas. A inabilidade de gerenciar as próprias emoções tem efeitos devastadores não apenas nas empresas, mas também nos funcionários. Afinal, somos pessoas emocionais.

Quando entendemos a origem dessas emoções, principalmente quando trabalhamos em equipe, ficamos mais sintonizados. Em ambientes corporativos cada vez mais plurais, a complexidade das interações das emoções e como elas são expressas aumenta. Essencialmente, a inteligência emocional no trabalho se resume a entender, expressar e gerenciar bons relacionamentos e resolver conflitos.

Para que a inteligência emocional no trabalho seja eficaz, é preciso começar por si mesmo. Entender primeiro como você reage em diferentes níveis emocionais é fundamental para a construção de um ambiente pautado pelo bem-estar.

Por meio desse exercício de autoconhecimento, é possível encontrar a melhor saída para situações de conflito, compreender os limites do outro e reconhecer em si quais são suas forças e fraquezas. Para se ter uma ideia do poder da inteligência emocional, o que distingue os líderes é geralmente seu nível de inteligência emocional, e são essas habilidades que ajudam a desenvolver um local de trabalho mais eficiente.

Como desenvolver a inteligência emocional no trabalho?

Agora que você já compreende o conceito de inteligência emocional, veja algumas dicas práticas de como desenvolvê-la no seu trabalho.

Observe suas reações em momentos de pressão

Momentos de pressão desencadeiam uma série de sentimentos, como ansiedade, nervosismo, irritabilidade e pânico, os quais resultam, até mesmo, em reações físicas.

Como você reage nesses momentos? Observe seu corpo e sua mente para se conscientizar do que acontece com você. Para conseguir maior autocontrole, exercícios de meditação e outras técnicas de atenção plena são recomendáveis.

Reconheça emoções negativas

Todos sentimos raiva, medo, rancor, desprezo e inúmeras outras emoções negativas. Perceber quando essas emoções surgem ― e se seus colegas de trabalho estão tendo esses níveis de sentimento ― é importante para que você interrompa o ciclo de negatividade e consiga respostas mais positivas.

Por exemplo, digamos que você seja altamente explosivo. Ao reconhecer a raiva incontrolável se aproximando, você deve mudar seu foco imediatamente. Sair do local ou acalmar-se respirando longa e pausadamente pode ajudar a recuperar o autocontrole.

Amplie sua autoconfiança

Por vezes, a inabilidade de gerenciar as emoções tem a ver com insegurança e baixa autoestima. Faça um exercício de reconhecer em si todos os seus valores positivos, habilidades profissionais e feitos pessoais e profissionais, por menores que sejam.

Dessa forma, você inicia um processo de autovalorização que o ajudará a ter mais confiança em sua atuação. Sem dúvida, verá reflexos positivos em sua produtividade e nas próprias relações interpessoais dentro da empresa.

Mantenha-se motivado

A cantora Maria Bethânia comentou em uma entrevista que “Felicidade não há. Existe alegria e coragem”. Apesar de um tanto metafórica, essa frase faz sentido se pensarmos que a motivação vem da renovação de um esforço constante para superarmos as dificuldades e nos mantermos no foco de nossos objetivos e metas.

O ambiente corporativo tende a ser voraz e propício para nos desestabilizar emocionalmente, a ponto de querermos desistir. Com o desenvolvimento da inteligência emocional, torna-se muito mais fácil desvencilhar-se de questões ou pessoas pouco interessantes e retomar a alegria e a coragem necessárias para cumprir seus planos.

Desenvolva a empatia

Ainda que às vezes seja difícil, procure se colocar no lugar do outro e compreender por que uma pessoa age de tal forma com você ou com um grupo. Aprenda a ler nas entrelinhas dos comportamentos dos colegas de trabalho e desenvolva um sentimento de compaixão sobre isso.

Dessa forma, você consegue prever respostas negativas e tem mais chances de desenvolver uma comunicação eficaz, além de manter as relações interpessoais com cordialidade. Embora seja um dos exercícios mais árduos — pois ter empatia significa ceder em alguns pontos de vista e, inclusive, superar algum tipo de agressão sofrida —, você verá como os resultados de suas ações podem ser surpreendentemente positivos.

Pessoas que desenvolvem sua inteligência emocional no trabalho têm maiores chances de se destacar. Vale lembrar que esse processo é longo e exige perseverança. Porém, uma vez iniciado, você terá o desejo de buscar cada vez mais seu autoconhecimento!

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Um comentário

  1. […] maiores e de mais qualidade. Nesse sentido, o RH deve estabelecer um programa de ações voltadas à inteligência emocional e empatia, com o intuito de desenvolver tais capacidades nos colaboradores, para aproximá-los […]

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